FILOSOFIA

FILOSOFIA

A medicina natural pode acrescentar muito no cuidado geral com as crianças, no tratamento das doenças comuns da infância e na manutenção da saúde.



Os métodos naturais como a Homeopatia e o Ayurveda colaboram com uma postura menos materialista e menos imediatista, desencorajando a auto-medicação, o exagero e a falta de bom senso no uso da alopatia.



É possível mudar os hábitos e usar os recursos naturais a fim de construir um estilo de vida mais saudável, sem deixar de lado a prática médica convencional, com suas indicações precisas.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Brinquinho? Mas será que ela quer?

A inevitável pergunta da primeira consulta de uma recém nascida menina: Qual a melhor hora para furar a orelhinha? A hora que ela quiser, eu respondo. E aí vejo um olhão arregalado assim ó! Mas como? Mas depois não vai doer mais? Mas se ela for maiorzinha não vai querer deixar... Mas a avó já deu um brinquinho... 

Gente, calma. Vamos por os neurônios para trabalhar ANTES de ir aceitando tudo o que é "protocolado" pela sociedade? 
Nenê menina tem que furar a orelha. 
Nenê menino tem que operar a fimose.
QUEM disse?
Que ditadura é essa? Pensemos...

E bem na hora que começamos a pensar alguém pergunta: mas qual o problema?
Bom, vários. Penso assim: um recém nascido precisa de muitos cuidados. Limpar o bum bum, a xoxota, o umbigo... cada coisa do seu jeito. E para as meninas de orelha furada, limpar o brinquinho. Girar o brinquinho. Imagina: incomoda, gente. Imagina: que mulher adulta consegue dormir de brinco? Você tira ou não os seus brincos antes de dormir e tomar banho? E você tem uma orelhona, tarimbada já, de adulta. E a bebezinha? Uma micro orelhinha com uma coisa cutucando atrás. Atrapalha sim, atrapalha para dormir e para ela se acomodar nos seus braços na hora de mamar. Fica lá aquele treco cutucando... 

Ah, mas não dói para furar. Quem disse? Todo mundo sabe que dói. Isso é balela! Recém nascido sente dor sim... não é porque o bebê não se comunica de forma verbal que ele não sente dor. Tanto sente que há protocolos nas UTIs e Unidades neonatais para quantificar a dor do bebê que está internado. E mais, não dá um super dó
na hora de colher o exame do pezinho? Que mãe não fica de coração apertado nesta hora? E olha que é um furo só, hein? Um troço totalmente indispensável, e a gente SABE que precisa fazer. Pergunto então, porque que temos que aguentar o nosso coração apertar da mesma forma, para furar a orelhinha? Poque passar por isso? Que convenção é essa tão rígida que algumas mães engolem e, com o maior dó, vão furar as orelhas de suas bebês?

Definitivamente não. Eu não passei por isso. É infinitamente melhor aguentar a indignação das pessoas do que a dor de ver um recém nascido ser agulhado sem necessidade... por vaidade dos adultos, já que a bebezinha  não tem a menor ideia do que é brinco e do porque se furam as orelhas.Não é porque um bebê não articula palavras e nem retruca com argumentos que não podemos perguntar (ao nosso íntimo, que seja) mas será que ela quer

Estão lá na gaveta, os dois pares de brincos que Analu ganhou. A princípio guardados para quando ele completasse um ano... quem sabe eu a levasse a um acupunturista para fazer o furo... E o tempo foi passando... ela está com três anos, linda, de cabelos cacheados, cheio de fitinhas e fivelinhas, ama vestido e tons de rosa... os brincos? Continuam lá. E eu, quando ela quiser, quando ela estiver disposta a sentir duas agulhadas, a levarei para furar as orelhas. E darei muito colo se o choro vier... como sempre fiz, mas tranquila e sem aperto no coração, por saber que a escolha foi dela.

(fotos retiradas do google)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O “QUARTO TRIMESTRE” DE GESTAÇÃO

39 semanas. Barrigão, pés inchados, noites difíceis. Mala da maternidade, enxoval, quartinho, tudo pronto. Papai ansioso, Mamãe, então, a mil. Tudo certo para a chegada do bebê. A ansiedade bate tão forte neste período que algumas mulheres acabam até optando em fazer uma cesariana antes do tempo... uma pena, pois, como veremos a seguir, o nascimento do bebê não acaba com a ansiedade. A sensação não é de alívio. Pelocontrário, aí é que bate a preocupação, a angústia, a sensação de impotência, o aprendizado da amamentação e também a mudança hormonal, que é radical e deixa a mãe recém-nascida num estado que chamamos de blues puerperal...
É. Todo mundo falou das maravilhas: chá de bebê, compras (muitas vezes desnecessárias), treino de banho com a bonequinha, apetrechos para amamentação... mas e o pós parto? Alguém falou de como é ter um recém-nascido nos braços? De como é delicado o processo de aprender a dar de mamar? De como são cansativas as noites em claro? De como é a sensação de abrir mão de si mesma para cuidar de uma vida tão delicada, tão dependente? Hein? Falaram?... hum... não é fácil! Mesmo. MAS PASSA!!!
A primeira semana de vida do recém-nascido pode parecer uma eternidade, mas passa. E junto passa também o primeiro trimestre.
A primeira semana é bastante crítica. Fora a adaptação dos próprios pais à chegada do bebê (especialmente o primeiro) existe também a adaptação do bebê à vida extra-uterina. Estaadaptação se dá durante todo o primeiro trimestre de vida do bebê, mas a primeira semana, definitivamente é a mais difícil.Para todos.
Isto acontece por várias razões. Uma delas é que recém-nascido perde aproximadamente 10% do seu peso de nascimento neste período, ou seja, ele tem que mamar muito e intensamente para recuperar o peso perdido no menor espaço de tempo possível. Ele sabe disso, mas a mamãe, muitas vezes, não. E estranha demais que do bebê queira mamar de hora em hora, ou que fique pendurado no peito por 40 minutos e logo depois queira mamar de novo, ou odeie a chupeta. O bebê então, chora. A mamãe chora de desespero e aflição e o papai “chora” por não entender o que está acontecendo... então, calma! Para acabar com esta choradeira, entenda algumas coisas importantes:
- o bebê viveu nove meses dentro do útero, sem sentir mudanças de temperatura, sem perceber claridade ou escuridão, sem sentir o peso do seu próprio corpo, estando em constante balanço e protegido pelas paredes do útero, que ele sentia lá dentro, ao chutar a sua barriga. O sistema nervoso do bebê estava acostumado assim. De uma hora para outra, ele sai desta situação e vai para outra totalmente inversa. O recém-nascido estranha o mundo aqui fora. Tudo é muito amplo, frio, vazio, os sons atrapalham, a visão é turva. Para que ele se acalme, é preciso contato pele a pele. Colo, calor, peito, cheiro, batimento cardíaco. Então, por favor, esqueça este papo de que segurar o recém-nascido no colo vai torná-lo um bebê chorão e mimado! Não, é justamente o contrário. Bebês que ficam no colo dormem melhor, mamam melhor e choram menos. Consequentemente, a mamãe chora menos e o papai se tranquiliza.
Outra coisa para esquecer, especialmente no primeiro trimestre de vida do bebê: horários para amamentar. Deixe que o bebê mame à vontade. Pelo tempo que quiser e com a frequência que ele quiser. Deixe que ele “faça o seu peito de chupeta”, sim claro! Porque do peito sai muito mais do que leite. Amamentar é dar amor, segurança, conforto, é estreitar o vínculo mãe-filho. O aleitamento materno em livre demanda é preconizado pela Organização Mundial da Saúde, exclusivo até seis meses de vida e com a alimentação complementar até dois anos ou mais. Não, não é loucura.
É cansativo sim, muito, e o apoio do pai, das avós, tias, funcionárias, de quem puder ajudar é fundamental. A mãe recém-nascida também precisa de cuidado, também está frágil. É difícil viu, deixar de ser filha para ser mãe, de uma hora para outra... por isso toda ajuda é bem-vinda.
Considerem então, que o primeiro trimestre de vida do bebê é como se fosse o quarto trimestre de gestação... como se ele ainda não soubesse que está fora do útero. Nesta fase, é muito útil reproduzir a sensação de estar dentro da barriga: enrolar o bebê no cueiro, como um charutinho, balançá-lo suavemente como no andar da grávida, reproduzir sons como o “shhhhhh”, e colá-lo em você, dando muito de mamar, carregando no sling, muito colo!
O simples conhecimento desta necessidade do recém-nascido já vai aquietar muitos corações. Os pais serão capazes de entender porque o bebê chora tanto e como aquietá-lo. Acolha seu bebê. Colo, afago, amor, atenção, nunca estragou ninguém. E vocês verão como é possível resolver várias situações inquietantes com a medida mais simples do mundo: colo.
Como colocou muito bem o Dr. Carlos Gonzalez, pediatra espanhol:

 Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos… Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. “

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MAMAÇO VIRTUAL

Em comemoração a Semana Mundial de Aleitamento Materno, que foi de 01 a 07 de agosto de 2013, resolvemos fazer um MAMAÇO VIRTUAL - uma manifestação coletiva em prol do aleitamento materno, com a finalidade de informar e incentivar outras mulheres!

Olha só cada coisa bonita que eu recebi! Não tem preço tanta boniteza!!!

Da KARLA CAVALCANTI FERNANDES, 32 anos, administradora, doula, educadora perinatal e mãe de duas meninas: a Isabela de 5 anos e 5 meses (amamentada até os 2 anos 4 meses) e Laís 1 anos 7 meses que segue mamando.

"A Isabela nasceu em um parto domiciliar rápido e tranqüilo, mas fui pega de surpresa com um bebê que chorava muito porque tinha fome. Mesmo fazendo a livre demanda a minha produção de leite era muito baixa. Minha vontade e prazer em amamentar fez com que eu utilizasse todo conhecimento técnico adquirido para amamenta-la. A ajuda de minha parteira Marcia Koiffman também foi fundamental.

Não foi fácil por tantas vezes, ouvir das pessoas “Por que você não da logo uma mamadeira pra ela, em vez desses canudinhos ???”(Porque complementava algumas mamadas com o sistema suplementar de nutrição da Medela. Com meu leito quando tinha e quando não com o artificial). Chorei muito, bem como questionei minha insistência, passei noites em claro com ela num peito e a bomba de tirar leite no outro, tudo para aumentar a produção. Enfim, consegui concluir a amamentação exclusiva até os 6 meses.

Em seguida novas cobranças, “Por que essa criança ainda tá no peito???”, eu respondia que amamentaria até os 2 anos, daí ouvia, “Já fez 2 anos, e você ainda está amamentando??? tem que dar um jeito nisso". Consegui protelar as mamadas até os 2 anos e 4 meses, quando ela foi para a escolinha e o desmame foi muito mais fácil e tranqüilo pra ela. Confesso que por mim, ela teria continuado até não querer mais.

Dai veio a Laís e eu estava preparada para passar por tudo aquilo de novo, mas dessa vez foi diferente. Nas últimas três semanas de gestação eu “entrava” em um falso trabalho de parto por semana, e no dia em que ela nasceu, imaginamos que fosse mais um “alarme falso”, afinal com 6 cm de dilatação, o trabalho de parto parou e todos que me auxiliavam foram embora.

No final do dia, aprendendo a trabalhar muito minha ansiedade, cessaram as preocupações e incertezas, e a Lais nasceu rápido e tranquilamente em casa. A amamentação foi tranquila, a produção de leite satisfatória, o que a levou a ganhar até 1kg por mês nos três primeiros meses. A amamentação exclusiva se deu até os 6 meses, e hoje ela continua mamando em livre demanda.

E eu? Bem, continuo ouvindo "Ela ainda mama???". Vou amamenta-la até os 2 anos. Será???"



Frase:" Para mim, a amamentar é o primeiro ato de amor depois que um filho nasce, porque exige que você doe seu corpo, seu amor, sua paciência e seu tempo. Tempo que não volta mais! É por isso que sou mãe, mamífera 24hs por dia, de segunda a segunda nos 365 dias do ano, por quantos anos for preciso."





Karla, Isabela e Laís mamando!
















De Rakel B. Gomez:

"Para mim, não há como falar de amamentação sem se retomar a consciência do parto.
A pesar de não acreditar que o exito de um esteja relacionado ao exito do outro, é possível relacionar que a consciência e preocupação de se ter um parto ativo e presente esteja relacionado em oferecer um aleitamento também ativo e presente. 
Isto porque nos dois momentos a questão do corpo e a questão da dor está colocada, assim como a superação de seus fantasmas, seus medos, seus limites e suas crenças. 
Entretanto, para o senso comum, estes dois momentos se mostram desvinculados. Enquanto o parto é retratado pela grande mídia como o momento da dor e do sofrimento (relacionado inclusive com a morte), o aleitamento é retratado como um momento de prazer e de felicidade, sem nenhum problema ou preocupação.
Desconstruir este modelo quase cristalizado em nossa sociedade é o primeiro grande passo.
Isto porque se pode ter prazer na hora do parto e se pode ter dor na hora do aleitamento.
Este pré-conceito sobre as atividades do corpo contribui para que muitas mulheres, por causa do medo da dor, ou optem por partos cesárias ou deixem de investir no aleitamento materno. Muitas vez as impossibilidades físicas - de fato existentes - são resultado de uma construção piscológica motivada pelo medo ou pelo estresse.
No meu caso, busquei profissionais que apoiassem o parto normal. Apesar do preparo, o parto foi bastante intenso e com muita dor. Na hora, a desconfiança do corpo foi grande....duvidei muito da minha capacidade.....depois de 10 horas de tp, consegui pari um menino de 3,200g saudável e forte.
Quando tudo parecia ter acabado, veio o momento da amamentação......batia a cabeça na parece de tanta dor que sentia. 
Mais uma vez subestimei meu corpo e achava que não iria dar conta. Chorava.
Mas a experiencia primeira alimentou este segundo momento, onde a mesma crença no que era melhor me motivou a insistir.
Dia a pós dia, aos poucos - e com muita lanolina - foi passando. Hoje, com meu menino já com 3 meses, posso dizer que é prazeroso amamentar.
Além do que este ato contribuiu muito para a relação de amor que foi se construindo entre nós dois. Sim, porque ao contrário do que também se afirma no senso comum, tal amor não floresceu no instante imediato que descobri que estava grávida, nem no período de gestão.
Amor é relação. E não houve momento mais propicio, mais intimo, em fortalecer este amor se não na relação do momento de amamentar. Momento mágico, que apesar do esforço, realmente vale a pena !"
Rakel B. Gomez, mãe do Gael Alejandro, 3 meses 


Da Marcelly RIbeiro

"Uma experiência mágica! Muita cumplicidade, olhares e sorrisos. Amor jorrando em forma de leite!"



Marcelly & Inácio

















Da Daniele Amorim, mãe do Pedro, que nesta foto estava com 6 meses mamando exclusivo!

"Todos os dias sinto-me feliz e realizada por adorar amamentar o meu filho. Nós mulheres, mães, temos o dom Divino e maravilhoso de doar amor, carinho, afeto  e prazer a quem tanto amamos".

 Dani & Pedro


Da Milena, mãe do Arthur, que na foto tinha 4 meses e mamou até os 11 meses:



E eu:



com Andrezinho mamando na primeira hora de vida!  Muito amor!






 E nosso dia a dia!!!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Filme : O RENASCIMENTO DO PARTO

O documentário que estréia agora, dia 09 de agosto de 2013, questiona a epidemia de cesarianas e fala sobre humanização, a retomada do parto normal, da mulher como protagonista do parto, do direito de escolha etc... sensacional! Não percam!

Link para o "trailler" no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=1zB-5ASFqm0

E aqui, um cartaz do filme com uma foto minha, só de brincadeira, para ajudar na divulgação!




quarta-feira, 19 de junho de 2013

NA hora do TOMBO... o KIT DE URGÊNCIA DA HOMEOPATIA!

Gente, acidente com crianças é coisa séria... longe de ser neurótica, crianças tem mesmo que brincar, pular, correr, gritar, tomar chuva, banho de mar, subir em árvore, comer terra... tudo isso é muito saudável! Mas sempre devemos estar sempre de olho e acompanhando nossas crias nas suas aventuras pelo mundo.

Bebês levam tudo à boca, então cuidado com objetos pequenos!

Ao começarem a engatinhar e a ficar em pé com apoio, costumam por dedo na tomada, bater a cabeça em quina, puxar toalhas com coisas perigosas em cima, prender dedinhos nas portas e gavetas... nesta fase: LIVRE-SE DO ANDADOR (se você ganhou um, disfarça e joga fora!) e evitem a cozinha. Os protetores (de quinas, tomadas e portas) são válidos, mas também é válido ensinar a criança o que pode e o que não pode. Protetores ajudam os pais que têm furacões em casa, sem dúvida. Daqueles, "viu, já foi"!

E os maiorezinhos, super curiosos e investigativos, vão querer abrir armários, experimentar remédios, cheirar produtos de limpeza, pegar o ferro de passar, fazer correria na cozinha... portanto,olho vivo e coisas tóxicas em armários altos ou trancados, hein?




Falamos aqui, hiper sucintamente, dos acidentes domésticos... quanto aos outros, os das aventuras por aí a fora, tem que ser na base do olho vivo mesmo. E desde pequenas, as crianças devem saber o que "só pode fazer com o papai ou a mamãe!" Por exemplo: piscina, mar, árvores, muros, escaladas etc

Mas, se algum acidente acontecer... é claro, primeiro avalie a gravidade - se há necessidade de ir ao hospital ou não. Em algumas situações a homeopatia pode ajudar bastante, então, tenha sempre em mãos:






  • Arnica montana 6CH - evita hematomas e inchaços maiores. deve ser administrado logo após o acidente - seja ele qual for: tombo, entorce, topada, pancada, bolada...

  • Ruta 6CH - quando há lesão do periósteo (membrana que recobre os ossos) - em traumas mais graves contra o osso, com ou sem fratura

  • Symphytum 6CH - para a recuperação mais rápida as fraturas verdadeiras. ajuda na formação do calo ósseo e portanto, na resolução da fratura. Calcium phosphoricum 6CH pode ser usado junto.

  • Hypericum 6CH - indicado quando há lesão de nervos ou algum tecido muito sensível, (como os genitais), traumas na coluna ou cóccix.

  • Aconitum 6CH - quando há um choque emocional: presenciou um acidente, ou tomou um grande susto.

Lembrando que o RESCUE REMEDY (um composto de florais de Bach) também pode ser muito útil para aliviar a dor e o susto na hora do tombo. Poder ser aplicado no local do tranco ou dado via oral, quantas vezes forem necessárias até a criança se acalmar.

Compressa com gelo também é ótimo para tirar a dor e diminuir o inchaço e o hematoma.

Se for usar homeopatia, não esqueçam que os sprays tipo GELOL contêm cânfora. Então não os use, porque isso neutralizará o efeito da medicação homeopática!

Qualquer dúvida sobre a seriedade do tombo, não hesite em procurar o seu Pediatra, ou o pronto-socorro.

Então, é isso aí: olho vivo e vamos deixar nossas crianças curtirem muitas aventuras!!!




terça-feira, 9 de abril de 2013

RELATO DE PARTO DO ANDRÉ


O Andrezinho já está com 6 meses e só agora consegui sentar para escrever o relato de parto. Na verdade, me deu uma vontade súbita de reviver os momentos que me marcaram e me transformaram tanto!
Tanto no parto do André, como no da Analu, tive experiências maravilhosas. Diferentes, mas igualmente intensas. Vocês sabem, o parto da Analu foi um parto natural lindo, hospitalar, sem nenhuma intervenção. Sem anestesia, sem episio. O trabalho de parto durou bastante, mas tudo muito tranquilo, sem pressa, sem desespero. Um verdadeiro nascimento em PAZ.


O parto do Andrezinho foi bem diferente: rápido, intenso, cheio de força e energia e hoje entendo por que.
Mas, vamos contar a estória desde o início.

Analu estava com 1 ano e 3 meses. Tinha acabado de desmamar. Flavio e eu ainda na dúvida, mas cogitando muito de longe, se teríamos um segundo filho ou não. Tínhamos motivos tanto para ter, como para não ter. A decisão estava empatada e nós ainda não sabíamos como desempatar.

Até que em janeiro de 2012, dei falta da minha menstruação. Ela só tinha vindo duas vezes, pois amamentei a Analu até quase um ano. Hummm... frio na barriga, mas mesmo assim, eu me enganando nas contas, demorei para achar que estava mesmo grávida. Deixei passar um tempinho. Nada. Falei para o Flavio, olha, to atrasada. E ele: ah, você tá grávida, mané! E eu: nããaooo... e ele: tá sim, foi aquele dia assim assado, tenho certeza que você errou nas contas. E eu: será? (sem saber o que sentir, tinha uma confusão dentro de mim...) E ele: vai logo fazer um teste de farmácia. E eu fiz. Saí do banheiro chorando adoidado com aquele bastãozinho na mão, entreguei a ele. E ele: ahn? Que que deu? E eu: buáaaaa  E ele: Sil, você tá grávida! Eeeeeeeee! Analu, você vai ganhar um irmãozinhoooo! E eu: buáaaaaa!!!

A notícia veio completamente de surpresa. Eu totalmente desprevenida. A Analu tinha recém parado de mamar, estava começando a andar, eu começando a sentir que a minha vida e meu corpo estavam voltando ao normal e, de repente... tudo volta para traz: barrigão, roupa de grávida, sutiã de amamentação, dedicação, noites em claro... mamá, mamá, tudo de novo... puts, desabei! Fora meu pai, que ainda não estava totalmente recuperado da doença, minha mãe ocupadíssima e estressadíssima, eu dando plantões... socorro! Pirei!

Mas, a alegria do Flavio e o tempo foram me acalmando. Na minha primeira consulta com a obstetra, a Lu Taliberti, (tirei o “doutora” porque somos colegas de faculdade!), chorei, chorei... e ela me acalmou, acalmou... fui tão acolhida, recebi beijos e abraços e parabéns e força!... esta primeira consulta foi essencial para que eu voltasse ao meu eixo e conseguisse ver de novo como é grande o milagre da vida, como é lindo estar grávida, quantas bênçãos que estava recebendo com a chance de ter mais um bebê na minha vida e na nossa família!!!

A consulta com a Lu foi essencial também por causa do tipo de parto. Mesmo no meio da minha confusão uma coisa eu sabia: não queria nem por decreto passar por uma cesária. Nem correr o risco. Por isso procurei a Lu. Sabia que ela ia me entender, não iria de jeito nenhum me tachar de doida por ter escolhido um parto natural para a chegada da Analu.

E assim foi em todo pré natal: as consultas com a Lu cheias de carinho e de um forte apoio ao parto normal. Estávamos em sintonia total: ela entendendo a minha vontade de parir e eu confiando que ela me deixaria parir em PAZ!

E fomos indo! Rapidinho fui entrando em sintonia com a gravidez e com o bebê. As aflições foram ficando para trás e me sentia novamente radiante grávida. A Analu foi crescendo e entendendo que “vai chegar o seu irmão”, que ela rapidinho apelidou de Simão = seu irmão!

Logo no comecinho liguei pra minha querida amiga Aninha para começarmos a fazer aulas de yoga para gestante. Foi uma delícia! Eu, que já conhecia a Aninha de outras aventuras yóguicas (fizemos o primeiro ano de formação com o Pedro Kupfer juntas, em 2007, e logo ficamos amigas) também pedi que ela me doulasse no parto do André. Então, fizemos yoga, cantamos mantras, conversamos muito sobre o parto e tudo isso também ajudou a tornar a gravidez muito mais tranquila!

Em julho, já quaseno terceiro trimestre de gestação, o Flavio foi viajar a trabalho. Assim como na gravidez da Analu, só que desta vez, corríamos o risco dele estar fora no dia do parto... eu não queria nem a pau parir sem marido, apesar de ter o plano B da minha irmã ser minha marida, caso ele não estivesse. Mas não tinha o que fazer, a não ser esperar... nunca que cogitaríamos, nem eu nem ele, de marcar uma cesária para que ele pudesse estar presente. Antes sem marido do que de barriga cortada!

Mas, ele tinha conseguido uma folga para vir a São Paulo na semana da data prevista do parto. Torcíamos e rezávamos para que o Andrezinho colaborasse e nascesse na semana em que o pai dele estivesse presente.

E chegou a 39o. semana. A DPP (40 semanas) era 10 de outubro e dia 29 de setembro o Flavio chegou. Ficaria até dia 8 de outubro. Neste dia já comecei a tomar uma homeopatia para ver se ajudava a engrenar um trabalhinho de parto.

Eu tinha certeza que o Andrezinho não chegaria até a 40o. semana, pois já estava grandão e a Analu tinha nascido de 39 semanas e um dia. Ficamos confiantes. Dia 2 de outubro, meu aniversário, tive consulta com a Lu. O Flavio foi junto. E ela: a barriga está alta hein Sil? Por enquanto tudo quieto. E eu: ai Lu, esse muleque tem que nascer esta semana!!! (ansiedade batendo a mil né?) E ela: bom, posso tentar uma ajudinha aqui... (ai, eu sabia o que era – a famosa e dolorida “dedada” – descolamento de membranas) ain... mas, com meu consentimento, ela fez. Doeu vai, mas nem tanto. Passou logo. Eu queria acelerar um pouco as coisas, fazer esse Andrezinho ficar mais esperto pra vir!!! Fomos confiantes para casa.
Fiz uma festinha de aniversário com a minha família, corri pra lá e pra cá, com aquele barrigão, peguei muito a Analu no colo e ainda demos uma namoradinha! E então....

No dia seguinte, bem cedinho, começaram as contrações! EEEEEEEEE!!! Que legal, que legal, Andrezinho estava a caminho! Continuei tomando a homeopatia para regularizar bastante o trabalho de parto e em 4 ou 5 horas eu já estava em trabalho ativíssimo! Não tinha terminado a manhã ainda e eu já me sentindo parindo, afe, com aquela inquietude, andando para lá e para cá, vontade de fazer cocô.. tipo vamos que vamos!!!
Não eram nem 11 da manhã já ligamos para Lu dizendo que a coisa estava rolando solta! E fomos para o hospital. A Aninha também já estava sabendo e nos encontrou lá.

Cheguei no São Luiz já anunciando que ia parir! Hahahahaha, foi ótimo porque isso já acelerou a burocracia toda. O segurança que fica na porta, todo gentil, me ajudou a descer do carro e me levou até o sofá, disse: pode sentar aqui, vou chamar a enfermeira... e eu: ai moço, obrigado, mas não dá pra sentar não! Hahahahaha ai ai ai ai.... chama logo!

Aí a enfermeira de plantão já me examinou (toda aflita achando que eu ia parir ali mesmo) estava com 8 cm de dilatação, bolsa integra!!! Eeeeeeeee!!! Como me animei!!! Tão rápido!!! Corre, corre pro Centro Obstétrico.

Cheguei lá achando que eu ia só tossir e Andrezinho nascer, mas não foi bem assim. O danadinho estava alto pra chuchu, dilatação total e ele lá em cima. A dor tava pegando, eu fui ficando cansada... já tinha agachado, ficado na posição deitada, sentada, assim, assada e nada... já tava rolando mantra, massagem, carinho, e nada.. e a dor pegando...  neste momento, a Marcia, que tinha sido a parteira da Analu, estava lá na sala ao lado, foi me dar um beijo de boa sorte! Tão legal encontrar pessoas queridas numa hora dessa! Aumenta a sensação de alegria, de festa, de boas vindas e a gente se sente mais revigorada! A Renata, colega de Med ABC também, que fez todos os meus ultra-sons também foi me dar um beijo nesta hora.
Aí, a Lu sugeriu uma raqui. Topei, pensei: me alivia um pouco a dor e esse muleque desce e nasce. Fizeram, tranquilo. Pedi para o anestesista não me deixar totalmente sem dor. Uma dorzinha é boa pra gente perceber a contração e fazer força na hora certa. E assim ele fez. Aí andei, agachei, mudamos do CO para o Delivery Room e o Andrezinho: alto. E eu, cacilda, cadê esse muleque?

Em algum momento a Lu rompeu a bolsa, com meu consentimento, para o menino descer. Pensamos, agora vai, chama o pediatra, eu achando que ia cuspir o muleque. Nada.

Meu!!! Eu comecei a ficar ansiosa. E a Lu... ah a Lu... e a Dani, que estava auxiliando... as duas... numa caaaalllmmaaaa..... calma, Sil, ele deve estar em alguma apresentação diferente, pra demorar tanto para descer, mas o coraçãozinho está ótimo, vamos em frente! E eu dando graças a todos os deuses, Ganesh, Buda, Jesus de ter procurado estas duas lindas para cuidarem da gente! O olhar da Lu me transmitia muita confiança. Em nenhum momento senti que ela titubeava tipo: bora rachar essa barriga antes que o bebê entre em sofrimento, ou faça, cocô na barriga, ou qualquer coisa assim, desse papo de fazer parto normal virar cesárea...

Bom, a coisa foi demorando. Eu ficando cansada. A raqui passou e a dor voltou com tudo. Forte mesmo. Uma dor diferente da do parto da Analu, quase que eu não podia com ela. A Lu sugeriu uma peri contínua e fizemos. Da mesma forma, pedi pro anestesista não me deixar totalmente sem dor. E fiquei feliz com a minha anestesia e mais confiante e com mais força pra continuar.

Em certo momento, a Lu conseguiu palpar direitinho a cabeça do nenê e me disse: ele tá em OS Sil!!! Quer dizer, vai nascer olhando pra cima! (Uma posição anômala, que faz o parto demorar mais, mas que nasce tranquilo mesmo assim).

E vamos que vamos, força boa, coragem, tranquilidade e segurança na minha obstetra, confiança na minha doula, apoio do meu marido, vamos vamos...

Já no finalzinho, vejo meu cunhado entrando no delivery! Hahahahaha como assim??? Ele, que é medico lá do São Luiz, foi só perguntar de mim e a enfermeira puxou ele pra dentro da sala! Hahahaha  nem sei se ele curte essas emoções de parto, mas falei: Aeee Giba, fica a vontade, tá uma festa aqui, já já nasce!

Apesar da demora o clima era de muita festa e muito astral! E vamos lá, mais umas forças e lá estava a cabecinha dele aparecendo! E a Lu: ai Sil, deixa eu fazer uma episio, pequenininha... e eu.. ahn... essa foi a única parte que eu não gostei. Mesmo. Mas eu já estava tão cansada, o Andrezinho já estava tão perto, que deixei. Falei: faz Lu, faz o que precisar que eu quero esse muleque no meu colo!

Então, todo mundo me segurou pelas costas, eu praticamente sentei e  dois segundo depois....  nasceu o Andrezão, olhando para mim, em OS, numa defletida grau 1. Meu, que mulecão!!! Nasceu tranquilex, chorou um pouco e logo se aquietou no meu colo. O Douglas examinou ele ali mesmo e tudo ótimo! Dois minutos e meio depois meu bebezão já estava mamando! Puts! Nasceu com fome, com uma força, parece até que nasceu ensinado!!! Meu menino já mostrando a que veio! Eu não poderia estar mais feliz!!!! Flavio babando, Aninha, Lu, Dani, Douglas, todos vibrando e eu... ahn, que sensação maravilhosa, de amor, de plenitude, de ter posto mais um rebento no mundo! 

AI COMO É BOM PARIR!!!!

Andrezão ficou no meu colo por mais ou menos umas duas horas. Neste tempo ele mamou, foi bastante mimado, se aqueceu e se aquietou. Ganhei muitos e beijos e abraços e parabéns e uma nova festa de aniversário, só que no dia seguinte!

Só depois que toda a equipe já tinha saído e que eu precisava subir para o quarto, ele foi pesado (3580g! uau!) e foi um pouco pro colo do Papai. Minha mãe, como no parto da Analu, foi lá me ver , ficou comigo e me ajudou a bater um belo prato de comida.

E assim foi! Um partaço. Diferente do primeiro, não menos emocionante. Nem mais emocionante. Tive que passar por intervenções, mas nada foi feito sem meu consentimento. Também não fui induzida a nada. Seu eu resolvesse parir sem anestesia, a minha querida obstetra Lu estaria lá, do mesmo jeito, pra me ajudar a parir.

Este foi o ponto mais importante do meu segundo parto – tudo foi diferente (também, pudera, foi uma gestação diferente, um bebê diferente, uma posição diferente, uma equipe diferente. O parto ia ser diferente de qualquer forma) mas tudo que foi feito, foi feito com meu consentimento. Nada foi imposto. Toda a equipe me transmitiu tanta segurança... a equipe e principalmente a Lu, bancou meu parto. Abraçou minha causa. Fui respeitada na minha vontade de parir e de ser eu a protagonista do parto. E o André pode nascer do jeito que ele escolheu, na hora que ele escolheu, com o mínimo de intervenções. Por isso, serei eternamente grata!

“necessário, somente o necessário... o extraordinário é demais!”

A força e a occitocina foram minhas, não me instalaram um sorinho para acelerar o parto, acreditando que a natureza faz acontecer. Ah, se faz! É só a gente não atrapalhar...

Namaste!


terça-feira, 12 de junho de 2012

Pelo direito de opinião e de opção!

Aos meus queridos leitores, deixo aqui reproduzida uma carta aberta à sociedade, redigida pelo Dr. Ricardo Herbert Jones, um obstetra humanizado do Rio Grande do Sul.

O motivo da carta foi a reação arbitrária do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) à declaração do Dr. Jorge Kuhn na reportagem do Fantástico sobre PARTO HUMANIZADO DOMICILIAR.
A reportagem foi ao ar em 10/06/2012 -

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/parto-humanizado-domiciliar-causa-polemica-entre-profissionais-da-area-de-saude/1986583/

A notícia foi publicada ontem no Jornal do Brasil, com afirmações absurdas como: "A denominação de “parto humanizado”, na verdade, mascara o risco a que mãe e bebê estão sujeitos" -

Não se trata apenas de defender um profissional ético e capaz como o Dr. Jorge Kuhn. A reação do Conselho fere o direito de expressão e opinião de qualquer médico e, principalmente, o direito das mulheres escolherem como e aonde querem parir.

O Dr. Jorge e sua equipe me assistiram no parto da Analu. Um parto natural, sem anestesia ou intervenções, por escolha minha, de querer participar ativamente do parto da minha filha. A experiência foi maravilhosa e, apesar de eu ter parido no hospital, também por escolha minha, meu parto me mostrou uma realidade que antes eu desconhecia - o parto domiciliar. Conhecendo pessoas capazes e embasadas cientificamente, como os Dr.Jorge, os pediatras, as parteiras, doulas e outros profissionais humanizados, entendi de uma vez por todas, que o parto domiciliar é SIM uma opção viável e segura. É um direito nosso escolher. Parir em casa não é um oba-oba de gente bicho grilo, que quer inventar. É uma opção que, inclusive, acontece em outros países.

Eu não poderia deixar de me manifestar em defesa do meu médico e da humanização, pois é isso que busco e procuro fazer na minha vida pessoal e profissional.

Por isso, assino embaixo!
 
CARTA ABERTA À SOCIEDADE
por Dr. Ricardo Herbert Jones

Nós, médicos humanistas, enfermeiras-obstetras e obstetrizes, todos os profissionais, entidades civis, movimentos sociais e usuárias envolvidos com a Humanização da Assistência ao Parto e Nascimento no Brasil, vimos através desta presente Carta manifestar o nosso repúdio à arbitrária decisão do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) de encaminhar denúncia contra o médico e professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Jorge Kuhn, por ter se pronunciado favoravelmente em relação ao parto domiciliar em recente reportagem divulgada pelo Programa Fantástico, da TV Globo.

Acreditamos estar vivenciando um momento em que nós todos, que atendemos partos dentro de um paradigma centrado na pessoa e com embasamento científico, estamos provocando a reação violenta dos setores mais conservadores da Medicina. Pior: uma parcela da corporação médica está mostrando sua face mais autoritária e violenta, ao atacar um dos direitos mais fundamentais do cidadão: o direito de livre expressão. Nem nos momentos mais sombrios da ditadura militar tivemos exemplos tão claros do cerceamento à liberdade como nesse episódio. Médicos (como no recente caso no Espírito Santo) podem ir aos jornais bradar abertamente sua escolha pela cesariana, cirurgia da qual nos envergonhamos de ser os campeões mundiais e que comprovadamente produz malefícios para o binômio mãebebê em curto, médio e longo prazo. No entanto, não há nenhuma palavra de censura contra médicos que ESCOLHEM colocar suas pacientes em risco deliberado através de uma grande cirurgia desprovida de justificativas clínicas. Bastou, porém, que um médico de reconhecida qualidade profissional se manifestasse sobre um procedimento que a Medicina Baseada em Evidências COMPROVA ser seguro para que o lado mais sombrio da corporação médica se evidenciasse.

Não é possível admitir o arbítrio e calar-se diante de tamanha ofensa ao direito individual. Não é admissível que uma corporação persiga profissionais por se manifestarem abertamente sobre um procedimento que é realizado no mundo inteiro e com resultados excelentes. A sociedade civil precisa reagir contra os interesses obscuros que motivam tais iniciativas. Calar a boca das mulheres, impedindo que elas escolham o lugar onde terão seus filhos é uma atitude inaceitável e fere os princípios básicos de autonomia.

Neste momento em que o Brasil ultrapassa inaceitáveis 50% de cesarianas, sendo mais de 80% no setor privado, em que a violência institucional leva à agressão de mais de 25% das mulheres durante o parto, em vez de se posicionar veementemente contrários a essas taxas absurdas, conselhos e sociedades continuam fingindo que as ignoram, ou pior, as acobertam e defendem esse modelo violento e autoritário que resulta no chamado "Paradoxo Perinatal Brasileiro". O uso abusivo da tecnologia contrasta com taxas gritantemente elevadas de mortalidade materna e perinatal, isso em um País onde 98% dos partos são hospitalares!

Escolher o local de parto é um DIREITO humano reprodutivo e sexual, defendido pelas grandes democracias do planeta. Agredir os médicos que se posicionam a favor da liberdade de escolha é violar os mais sagrados preceitos do estado de direito e da democracia. Ao invés de atacar e agredir, os conselhos de medicina deveriam estar ao lado dos profissionais que defendem essa liberdade, vez que é função da boa Medicina o estímulo a uma "saúde social", onde a democracia e a liberdade sejam os únicos padrões aceitáveis de bem estar.

Não podemos nos omitir e nos tornar cúmplices dessa situação. É hora de rever conceitos, de reagir contra o cerceamento e a perseguição que vêm sofrendo os profissionais humanistas. Se o CREMERJ insiste em manter essa postura autoritária e persecutória, esperamos que pelo menos o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) possa responder com dignidade, resgatando sua função maior, que é o compromisso com a saúde da população.

Não admitimos, não permitiremos que o nosso colega Jorge Kuhn seja constrangido, ameaçado ou punido. Ao mesmo tempo em que redigimos esta Carta aberta, aproveitamos para encaminhar ao CREMERJ, ao CREMESP e ao Conselho Federal de Medicina (CFM) nossa Petição Pública em prol de um debate cientificamente fundamentado sobre o local do parto. Esse manifesto, assinado por milhares de pessoas, dentre os quais médicos e professores de renome nacional e internacional, deve ser levado ao conhecimento dos senhores Conselheiros e da sociedade. Todos têm o direito de conhecer quais evidências apoiariam as escolhas do parto domiciliar ou as afirmações de que esse é arriscado – se é que as há.
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=petparto
Abaixo-assinado PETIÇÃO PÚBLICA POR UM DEBATE CIENTIFICAMENTE FUNDAMENTADO SOBRE LOCAL DE PARTO  www.peticaopublica.com.br

Abaixo-assinado PETIÇÃO PÚBLICA POR UM DEBATE CIENTIFICAMENTE FUNDAMENTADO SOBRE LOCAL DE PARTO
www.peticaopublica.com.br
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