FILOSOFIA

FILOSOFIA

A medicina natural pode acrescentar muito no cuidado geral com as crianças, no tratamento das doenças comuns da infância e na manutenção da saúde.



Os métodos naturais como a Homeopatia e o Ayurveda colaboram com uma postura menos materialista e menos imediatista, desencorajando a auto-medicação, o exagero e a falta de bom senso no uso da alopatia.



É possível mudar os hábitos e usar os recursos naturais a fim de construir um estilo de vida mais saudável, sem deixar de lado a prática médica convencional, com suas indicações precisas.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O “QUARTO TRIMESTRE” DE GESTAÇÃO

39 semanas. Barrigão, pés inchados, noites difíceis. Mala da maternidade, enxoval, quartinho, tudo pronto. Papai ansioso, Mamãe, então, a mil. Tudo certo para a chegada do bebê. A ansiedade bate tão forte neste período que algumas mulheres acabam até optando em fazer uma cesariana antes do tempo... uma pena, pois, como veremos a seguir, o nascimento do bebê não acaba com a ansiedade. A sensação não é de alívio. Pelocontrário, aí é que bate a preocupação, a angústia, a sensação de impotência, o aprendizado da amamentação e também a mudança hormonal, que é radical e deixa a mãe recém-nascida num estado que chamamos de blues puerperal...
É. Todo mundo falou das maravilhas: chá de bebê, compras (muitas vezes desnecessárias), treino de banho com a bonequinha, apetrechos para amamentação... mas e o pós parto? Alguém falou de como é ter um recém-nascido nos braços? De como é delicado o processo de aprender a dar de mamar? De como são cansativas as noites em claro? De como é a sensação de abrir mão de si mesma para cuidar de uma vida tão delicada, tão dependente? Hein? Falaram?... hum... não é fácil! Mesmo. MAS PASSA!!!
A primeira semana de vida do recém-nascido pode parecer uma eternidade, mas passa. E junto passa também o primeiro trimestre.
A primeira semana é bastante crítica. Fora a adaptação dos próprios pais à chegada do bebê (especialmente o primeiro) existe também a adaptação do bebê à vida extra-uterina. Estaadaptação se dá durante todo o primeiro trimestre de vida do bebê, mas a primeira semana, definitivamente é a mais difícil.Para todos.
Isto acontece por várias razões. Uma delas é que recém-nascido perde aproximadamente 10% do seu peso de nascimento neste período, ou seja, ele tem que mamar muito e intensamente para recuperar o peso perdido no menor espaço de tempo possível. Ele sabe disso, mas a mamãe, muitas vezes, não. E estranha demais que do bebê queira mamar de hora em hora, ou que fique pendurado no peito por 40 minutos e logo depois queira mamar de novo, ou odeie a chupeta. O bebê então, chora. A mamãe chora de desespero e aflição e o papai “chora” por não entender o que está acontecendo... então, calma! Para acabar com esta choradeira, entenda algumas coisas importantes:
- o bebê viveu nove meses dentro do útero, sem sentir mudanças de temperatura, sem perceber claridade ou escuridão, sem sentir o peso do seu próprio corpo, estando em constante balanço e protegido pelas paredes do útero, que ele sentia lá dentro, ao chutar a sua barriga. O sistema nervoso do bebê estava acostumado assim. De uma hora para outra, ele sai desta situação e vai para outra totalmente inversa. O recém-nascido estranha o mundo aqui fora. Tudo é muito amplo, frio, vazio, os sons atrapalham, a visão é turva. Para que ele se acalme, é preciso contato pele a pele. Colo, calor, peito, cheiro, batimento cardíaco. Então, por favor, esqueça este papo de que segurar o recém-nascido no colo vai torná-lo um bebê chorão e mimado! Não, é justamente o contrário. Bebês que ficam no colo dormem melhor, mamam melhor e choram menos. Consequentemente, a mamãe chora menos e o papai se tranquiliza.
Outra coisa para esquecer, especialmente no primeiro trimestre de vida do bebê: horários para amamentar. Deixe que o bebê mame à vontade. Pelo tempo que quiser e com a frequência que ele quiser. Deixe que ele “faça o seu peito de chupeta”, sim claro! Porque do peito sai muito mais do que leite. Amamentar é dar amor, segurança, conforto, é estreitar o vínculo mãe-filho. O aleitamento materno em livre demanda é preconizado pela Organização Mundial da Saúde, exclusivo até seis meses de vida e com a alimentação complementar até dois anos ou mais. Não, não é loucura.
É cansativo sim, muito, e o apoio do pai, das avós, tias, funcionárias, de quem puder ajudar é fundamental. A mãe recém-nascida também precisa de cuidado, também está frágil. É difícil viu, deixar de ser filha para ser mãe, de uma hora para outra... por isso toda ajuda é bem-vinda.
Considerem então, que o primeiro trimestre de vida do bebê é como se fosse o quarto trimestre de gestação... como se ele ainda não soubesse que está fora do útero. Nesta fase, é muito útil reproduzir a sensação de estar dentro da barriga: enrolar o bebê no cueiro, como um charutinho, balançá-lo suavemente como no andar da grávida, reproduzir sons como o “shhhhhh”, e colá-lo em você, dando muito de mamar, carregando no sling, muito colo!
O simples conhecimento desta necessidade do recém-nascido já vai aquietar muitos corações. Os pais serão capazes de entender porque o bebê chora tanto e como aquietá-lo. Acolha seu bebê. Colo, afago, amor, atenção, nunca estragou ninguém. E vocês verão como é possível resolver várias situações inquietantes com a medida mais simples do mundo: colo.
Como colocou muito bem o Dr. Carlos Gonzalez, pediatra espanhol:

 Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos… Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. “

Um comentário:

  1. Olá! Adorei o texto! Perfeito! Tenho uma filha de 2 anos e 9 meses e acho uma crueldade imensa negar colo para um bebê ou até para uma criança. Fazendo um paralelo com as relações adultas, podemos afirmar que ninguém.gosta qnd o (a) namorado (a) nega um abraço, e pq um bebê gostaria??? Todo mundo gosta de carinho!

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